segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

silêncio.

Então fez-se o silêncio. Tão subitamente. Todos calaram-se, os ruídos não se fizeram audíveis, até os animais pareceram respeitar tal momento. Um silêncio tão ensurdecedor que me dava vontade de gritar, apenas para não ficar presa àquele momento, apenas para não enlouquecer. Mas não pude. Não ousaria quebrar tal perfeição, eu seria amaldiçoada discretamente por cada olhar naquele ônibus. De repente, um choro infantil. Quebrou-se. Desfez-se. Eu vi aquele silêncio, aquela perfeição, aquela harmonia ir-se entre meus dedos. Eu continuei com o peso daquele silêncio apertando meus ouvidos. Acabando comigo. Silenciado meus gritos.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Eu juro.

Eu juro que vou ser mais sorridente, eu juro que não vou chorar por bobagens. Eu juro que vou cuidar mais de mim e me preocupar mais com outros. Eu juro que vou emagrecer e comprar roupas novas. Eu juro que vou pintar o cabelo e mantê-lo hidratado. Eu juro que vou estudar e juro que não vou reclamar se o trabalho for árduo. Eu juro que vou ser melhor, juro que vou ser eu mesma. Juro que não vou reclamar da televisão nem dos sons irritantes ao meu redor. Juro que vou amar sem medo e deixar sem lágrimas. Juro que não vou fugir, juro que vou tentar. Juro que não vou mais ficar vermelha a cada palavra, juro que não vou mais esconder meus sorrisos. Eu juro que nada disso vai se realizar. Juro.